28/08/2008

Património


Golfinhos no mar de Sesimbra


PATRIMÓNIO CONSTRUÍDO na Região
Património Arquitectónico

Com uma ocupação humana que remonta ao Paleolítico antigo, a região da Arrábida apresenta um importante acervo patrimonial. Dos valores patrimoniais que chegaram aos nossos dias, destacam-se pela sua importância algumas estações arqueológicas, nomeadamente as grutas da Quinta do Anjo, a Lapa de Stª Margarida, a estação romana do Creiro e a estrada romana do Viso.

Os três castelos - Palmela, Sesimbra e Setúbal - e ainda algumas fortalezas como a do Outão, a de Santa Maria, o Forte de São Domingos da Baralha, Albarquel, são bons exemplos de arquitectura militar.

Em maior número surgem os exemplos de património religioso. Igrejas, ermidas e conventos, disseminados um pouco por toda a região, merecendo destaque: os Conventos da Arrábida (Novo e Velho), o Santuário de Nossa Senhora do Cabo Espichel e as Igrejas de São Lourenço e São Simão de Azeitão.

A arquitectura rural é uma presença constante nos vários aglomerados da região, sendo o resultado dos modos de vida ligados às actividades agrícolas tradicionais. Não podem igualmente de deixar de ser referidos alguns edifícios considerados de elevado valor histórico-patrimonial que tiveram a sua origem na fixação da nobreza portuguesa nesta região, em períodos de férias.
Deste conjunto de edifícios podem-se destacar: o palácio da Bacalhoa, o Palácio dos Duques de Aveiro e o Palácio do Calhariz.

Por fim, há ainda que mencionar a importância de um assinalável conjunto de vários cruzeiros e pelourinhos, chafarizes e os tão característicos moinhos. Em termos arquitectónicos poderemos considerar a existência de 3 diferentes eixos tipológicos. Um 1.º eixo Palmela/Setúbal, o 2.º, a região de Azeitão, o 3.º, Sesimbra.

No 1.º eixo a linguagem predominante verifica-se em Palmela, que como vila histórica tem no seu Castelo e na Ordem de Santiago os vectores que determinaram a sua evolução. Algumas casas setecentistas complementam a igreja de Santiago, o Castelo e a Igreja de S.Pedro como oferta arquitectónica dessa vila. Algumas casas senhoriais podem-se encontrar já nos limites do PNA, na Baixa de Palmela.

Na zona do Vale de Barris há a predominância de casais agrícolas, alguns hoje adaptados como casas de 2.ª habitação por pessoas da classe média. Muitos destes casais possuem áreas destinadas para a criação de gado e galináceos bem como fornos para pão.
Podemos ainda encontrar um estilo arquitectónico tradicional resultado de uma evolução da casa muçulmana com bons exemplo na zona da serra do Louro.

Um 2.º eixo, Palmela/Azeitão, tem como núcleos populacionais a Quinta do Anjo e Cabanas que em termos arquitectónicos não merecem especial relevo.
O núcleo de Azeitão localiza-se numa vasta região central da pré-Arrábida.
Um dos seus núcleos medievais mais antigos localiza-se no actual Casal do Bispo, designadamente no Castelo muçulmano de Coina-A-Velha.
Predominam nesta área as casas senhoriais de características burguesas.

As linguagens arquitectónicas são variadas na região da Arrábida, indo desde as influências renascentistas evidentes no Palácio da Bacalhoa, no Palácio da Quinta das Torres, passando pelo barroco e rococó, espelhado na Quinta do Calhariz, entre outras.

O 3.º polo centraliza-se na região de Sesimbra, tratando-se de uma área mista de tradições marítimas e camponesas onde o polo erudito e difusor arquitectónico se encontra na vila de Sesimbra, focalizado pelo incremento do núcleo marítimo em detrimento do núcleo do Castelo, o que decorreu a partir do séc. XV, com a epopeia dos Descobrimentos.

A ausência de casas senhoriais da Vila de Sesimbra é explicada pela própria estrutura social da população da Vila, essencialmente constituída por uma massa pobre de pescadores e de alguma burguesia.

Quanto a tipologias arquitectónicas ligadas às actividades económicas da Arrábida, como um espaço heterogéneo de Serra e Mar, existe disseminado todo um conjunto de estruturas de apoio a essas actividades, reflexo de especificidades naturais.

As estruturas ligadas às actividades marítimas, nomeadamente através do fabrico de conservas de peixe, construção naval e afins existem nos Concelhos de Sesimbra e Setúbal.
Convém referir a existência de uma fábrica de gelo em Sesimbra.

Um aspecto específico da costa de Sesimbra é a existência ao longo das suas enseadas de construções de pedra, calhaus de armação, que serviam de apoio à actividade piscatória.

A actividade de moagem de cereais é composta por moinhos de vento, ao longo da pré-Arrábida, desde Sesimbra a Palmela e Setúbal.

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